22 de setembro de 2007

Eleições no PSD


Enquanto pessoa que acompanha e que adora política e enquanto alguém que já foi militante do PSD, não queria deixar de dar a minha opinião sobre a situação actual pela qual o PSD está a passar.

Nos anos seguintes ao 25 de Abril, havia na realidade uma diferença entre PSD e PS. O primeiro era sem dúvida um partido mais moderno, inovador e que olhava para o norte da Europa como sendo o melhor exemplo a aplicar a Portugal. O PS, por seu lado, era de facto um partido de esquerda, baseado na retórica e seguia mais uma lógica de terceiro mundo. Assim, nessa altura notava-se na realidade uma diferença acentuada entre os dois partidos. O PSD sem dúvida que atraia as pessoas mais modernas e distantes do conceito antiquado pseudo-democrático resultante do 25 de Abril. Mas, tudo isto mudou nos últimos anos. O PS desde Guterres que meteu o socialismo na gaveta, tal como a própria esquerda, e passou a invadir o terreno antes dominado na totalidade pelo PSD. A esquerda do PS foi sendo aos poucos colocada de parte e o partido transformou-se num partido de centro, dividindo o espaço com o PSD. O que na realidade é importante salientar é que este PS nada tem a ver com o PS do tempo de Mário Soares, Jorge Sampaio e outros. Em relação ao PSD, este sempre viveu muito das suas lideranças e se chegou onde chegou foi porque teve dois políticos de grande nível como presidentes do partido: Sá Carneiro e Cavaco Silva. Aliás, foram estes dois políticos acima da média, que fizeram do PSD um partido moderno e muito influenciado pelas ideias vindas do norte da Europa, Cavaco Silva por exemplo, era muito influenciado pela então primeira-ministra britânica Margaret Thatcher. Mas, depois de Cavaco, o PSD numa mais se reencontrou e os líderes que vieram a seguir foram todos muito fracos a todos os níveis. Assim, o PSD transformou-se num partido sem sentido e a começar a ser dominado pelo aparelho e por gente que só ali está por interesse. Não é que antes não fosse assim, só que Sá Carneiro e Cavaco Silva eram verdadeiros líderes que conseguiam ter o partido na mão. Depois, com lideranças fracas, o PSD ficou então dominado por gente oportunista que está no partido só para arranjar o seu tacho. A juntar a isso, o facto do PS ter deixado de ser um partido de esquerda para passar a ser um partido de centro, tal e qual como o PSD. Hoje em dia os dois partidos são exactamente iguais, o que os distingue são os líderes, mais nada e o povo escolhe o seu sentido de voto em função disso mesmo. A escolha é, única e exclusivamente, em função do líder. Assim, o que esperar do PSD com qualquer um dos líderes que agora se candidata à liderança do partido. Acho que se deve esperar o pior possível e Sócrates pode desde já começar a comemorar a vitória com maioria absoluta nas próximas eleições legislativas. Claro que actualmente o PSD também está a ser muito prejudicado pela saída/fuga do Durão Barroso para Bruxelas e pelos 4 meses atribulados do governo de Santana Lopes, mas isso não é desculpa para tudo. A verdade é que o PSD desde Cavaco Silva que não encontra um grande Presidente e não o deve encontrar nos próximos tempos, já que com ordenados tão baixos e uma pressão tão grande, ninguém nos dias que correm que ir para a política. Acho que têm de aumentar os ordenados dos políticos quanto antes. Disso não tenho a mínima dúvida. De qualquer forma, e voltando às eleições do PSD, penso que apesar de tudo o Marques Mendes é o mal-menor. Ao menos o PSD continuará a ser um partido com algum nível e com alguma qualidade. Ganhando o Filipe Menezes, o PSD cairia no populismo e na demagogia e seria com certeza o seu fim, pelo menos enquanto um dos partidos de governo.

1 comentário:

Royce Gracie disse...

Acho que o Marques Mendes nunca pode chegar a Primeiro-Ministro. Mesmo que fosse o homem mais capaz do mundo para o cargo, a verdade é que é uma fraca figura sem qualquer carisma. O Marques Mendes naquelas cimeiras internacionais em que o pessoal tira todo foto junto precisava de se pôr em cima de um banquinho para não parecer filho de um dos outros. Acho que o melhor para ele é ficar na retaguarda e deixar outro mais carismático assumir a liderança. Chegou-se a falar no Alberto João, mas provavelmente isso já não vai acontecer.