15 de outubro de 2011

A minha saída dos THE FLY (actualizado)

Afinal, foi o concerto do passado dia 30 de Outubro na FNAC do Colombo, a propósito do lançamento da edição comemorativa do 20º Aniversário de Achtung Baby, para mim o melhor álbum de todos os tempos, o último que dei enquanto baterista dos THE FLY. Saio da banda única e exclusivamente pelo facto de me ter incompatibilizado por completo com o actual vocalista. Há certas situações, atitudes e comportamentos que eu não consigo e não posso aceitar. Há princípios e valores que têm de ser mantidos para me manter num projecto.

Custa-me muito abandonar esta banda, fundada por mim e pelo guitarrista Tiago Pimentel. É um projecto com o qual me envolvi imenso e que me dizia muito. Ter uma banda tributo aos U2 sempre foi um sonho para mim. Se decidi deixar os THE FLY, como devem calcular, só mesmo razões muito fortes me levariam a tomar esta decisão. É que tudo tem um limite!!!

Deixo dois amigos na banda e o desejo de que tudo corra pelo melhor aos THE FLY. É, sem dúvida, a melhor banda portuguesa de tributo aos U2, e talvez uma das melhores da Europa. Apesar de desde o início ter sido algo prejudicada pelo facto de já haver, há alguns anos, uma outra banda tributo, os 2U, que agarraram com unhas e dentes os melhores bares da zona de Lisboa, a verdade é que os THE FLY têm vindo a fazer um trajecto de grande qualidade, onde o mais importante, pelo menos para quase todos os membros, foi sempre prestar um grande tributo à melhor banda de todos os tempos.

Como diz a história dos THE FLY, foi em Julho de 2007, num jantar de fãs, que eu e o Tiago falámos pela primeira vez na possibilidade de se formar uma banda tributo aos U2. Em Janeiro de 2008, arrancámos com os ensaios e as audições. Depois de meses de ensaios e audições, só em Julho desse ano conseguimos chegar àquela que seria a primeira formação dos THE FLY. A partir dessa altura o trabalho intensificou-se e a 5 de Dezembro a banda estreia-se ao vivo com um concerto em Ferrel, perto de Peniche. A partir daí foi dar muitos concertos, sem esquecer os ensaios. Até que em Março de 2009, o vocalista de então decide abandonar o projecto. Para o seu lugar entrou Carlos Martins e iniciou-se aquele que foi para mim o período mais interessante da banda. O Carlos podia não ter muito a ver com o universo U2 e com aquilo que se pretendia de um vocalista de uma banda como os THE FLY, mas foi sem dúvida a fase em que houve melhor ambiente e organização. Depois de ter estado um ano e tal connosco, decidimos operar uma mudança de vocalista. O Carlos é uma pessoa extraordinária mas não se encaixava muito bem numa banda tributo aos U2. Para o seu lugar entrou um certo indivíduo, que canta sem dúvida muito bem, os melhores concertos que eu dei com os THE FLY foram com o actual vocalista, mas a verdade é que uma banda não se resume aos concertos, há muitas outras coisas, e a realidade é que os últimos tempos que passei nos THE FLY não foram, tirando os concertos em si, de facto nada agradáveis, provocando em mim uma enorme revolta relativamente a atitudes e comportamentos que eu considero inaceitáveis.

Depois de quase um ano só de ensaios e audições até à estreia ao vivo, tive mais 2 anos e 11 meses de concertos, e mais ensaios claro. Foram 58 concertos, todos eles inesquecíveis. Mas destaco a estreia da banda em Ferrel, todos os concertos no Porto, principalmente os do Hot Five, o primeiro concerto no Rock In Chiado, o concerto na Fnac de Cascais a propósito do lançamento do No Line On The Horizon, no Santiago Alquimista integrado numa festa U2, o primeiro e segundo aniversários, os concertos recentes em Vila do conde e os dois na Figueira da Foz e, claro, o último na FNAC do Colombo.

Deixo o projecto numa altura em que os THE FLY andam com muitos concertos, e já com muitos marcados até ao final do ano, basta ir ao blogue ver a agenda, e em que os concertos têm corrido todos muito bem e têm sido um enorme sucesso. Os últimos então, com excepção do de Viseu que foi bom sem ter sido extraordinário, foram uma enorme loucura, em que as pessoas não nos deixavam sair do palco. Foram concertos com cerca de 3 horas de duração. Tudo isto é algo que me deixa muito satisfeito e de consciência tranquila.

Como é óbvio, o meu fanatismo pelos U2 não sai nem um bocadinho beliscado com aquilo que aconteceu. Os U2 não têm nada a ver com isto e estão acima disto tudo.

Antes dos THE FLY já conhecia muito bem o Porto, mas para mim esta banda ficará para sempre associada à segunda maior cidade do país. Demos lá 5 concertos, o primeiro, que foi o segundo da banda, numa discoteca minúscula, mas foi uma noite inesquecível. O segundo, no âmbito de um jantar da Confraria U2Norte. Os 3 últimos, no Hot Five, talvez o melhor local do país para bandas como os THE FLY actuarem, aquilo é mesmo um sonho. O Porto é uma cidade que eu gosto imenso, por muitas razões. Fomos sempre muito bem recebidos e lá tivemos as nossas 2 fãs. A Sandra e a Elsa tornaram as nossas idas ao Porto ainda mais especiais. A elas o meu muito obrigado por todo o apoio que deram à banda. São sem dúvida pessoas especiais.

De seguida, gostaria de agradecer aos meus familiares e amigos que sempre apoiaram os THE FLY, muitos nem fãs dos U2 são e que apoiaram o projecto só mesmo pelo facto de eu fazer parte dele.

Por fim, gostaria de mostrar um certo desgosto pelo facto de muitos fãs dos U2 nunca nos terem dado a mínima importância. Eu, antes dos THE FLY se estrearem ao vivo, vi dezenas de concertos dos 2U, não percebo porque é que há tanto fã em Portugal que se está totalmente nas tintas para as bandas tributo. Quem anda metido neste tipo de projectos, ou pelo menos grande parte das pessoas, anda mesmo só pela paixão que sente pela banda à qual presta tributo. Não tenham a mínima dúvida, eu neste projecto gastei muito mais dinheiro do que aquele que ganhei. Isto é feito por fãs e para fãs, e é de facto pena que haja muita gente que não dê valor a isso.

Por agora, não tenho nenhum projecto para os próximos tempos, no que a bandas diz respeito. Mas a vida dá muitas voltas, e por vezes somos surpreendidos, e muito, pela vida. A verdade é que numa altura em que eu julgava que o meu tempo das bandas tinha chegado ao fim, apareceu esta experiência THE FLY que foi sem dúvida extraordinária e inesquecível.

U2 SEMPRE!!!

2 de outubro de 2011

Já está encomendada a Uber Deluxe Edition da reedição do Achtung Baby

A minha ideia era comprar depois, quando saísse, numa loja, mas com medo que esgote já encomendei, há bocado, na loja oficial dos U2, a Uber Deluxe Edition, a tal que tem tudo e mais alguma coisa, da reedição do Achtung Baby. Enfim, é uma loucura o que paguei por esta edição, mas os U2 merecem, só faço loucuras destas mesmo pelos U2.